sábado, junho 09, 2007

Aquíferos

Aquífero é uma formação ou grupo de formação geológica que pode armazenar água subterrânea. São rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água e de a ceder. São utilizadas pelo Homem como fonte principal de água potável, embora apenas se forem economicamente rentáveis e sem impactos ambientais negativos.

Existem pelo menos três tipos de aquíferos: os livres, confinados (ou cativos) e os aquitardos.

-Aquíferos Livres

Os aquíferos livres possuem o seu nível freático, na sua maioria, em contacto com a zona de aeração. São acesíveis facilmente a partir da superfície. Apresentam a desvantagem de serem facilmente poluíveis, devido à sua facilidade de recarga.


-Aquíferos Confinantes (ou Cativos)

São os aquíferos localizados entre duas camadas impermeáveis. Só uma pequena fracção da parte superior da zona de saturação se encontra em contacto com a zona de aeração, constituindo essa a zona de recarga.



FIG1.O Aqüífero Guarani é a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, sendo também um dos maiores em todas as
categorias.
Ocupa o subsolo do nordeste da Argentina (255.000 Km²), centro-sudoeste do Brasil (840.000 Km²), noroeste do Uruguai (58.500 Km²) e sudeste do Paraguai (58.500 Km²).

Águas poluídas.
Em Portugal há centenas de queixas.



Mais de metade dos rios e lagos estão poluídos. A poluição hídrica resulta do desenvolvimento descontrolado das actividades económicas e do crescimento demográfico, que não foram acompanhados pela construção de infra-estruturas de saneamento básico.

Fonte: SIC Online
Água: Um bem tão precioso!

"A água é o constituinte mais característico da terra. Ingrediente essencial da vida, a água é talvez o recurso mais precioso que a terra fornece à humanidade. Embora se observe pelos países mundo afora tanta negligência e tanta falta de visão com relação a este recurso, é de se esperar que os seres humanos tenham pela água grande respeito, que procurem manter seus reservatórios naturais e salvaguardar sua pureza. De fato, o futuro da espécie humana e de muitas outras espécies pode ficar comprometido a menos que haja uma melhora significativa na administração dos recursos hídricos terrestres."

sexta-feira, junho 01, 2007

Energia Eolica

Parque eólico enfraqueceu sinal.


Protesto Moradores de Várzea Cova, Moreira do Rei e São Gens não conseguem ver televisão em condições.

Fig1- Parque eolico de Fafe

"Atelevisão ou faz um barulho idêntico à cadência das pás das ventoinhas da energia eólica ou então fica sem imagem, tudo depende de para que lado está o vento e em que direcção se encontram as ventoinhas". A queixa é de Alexandrino Torres, mas poderia muito bem ser de qualquer outro dos moradores do lugar de Lagoa, freguesia de Várzea Cova, concelho de Fafe.



Alexandrino Torres queixa-se de que desde que começou a funcionar o Parque Eólico das Terras Altas de Fafe, inaugurado a 22 de Setembro, tem "muitas dificuldades na recepção do sinal, principalmente da SIC e da TVI". Este habitante da Lagoa confirmou que naquele lugar "ainda ninguém fez queixa a nenhum responsável, mas quase toda a gente tem problemas com a televisão", exceptuando todos aqueles que têm recepção de sinal através do serviço digital da TV Cabo.



No total, estão instalados no Parque Eólico das Terras Altas de Fafe 40 geradores com 67 metros de altura e com 43 metros de comprimento de pás, dispersos por 13 quilómetros e que atravessam as freguesias de Várzea Cova, Moreira do Rei e São Gens, em Fafe, mas "invade" o concelho de Celorico. Também no Lugar de Vilela, na freguesia de Moreira do Rei, Fafe, o que aparece no ecrã não é nítido. "Temos muito ruído na televisão e nenhum canal dá em condições. Mas isto varia ao sabor do vento e nunca sabemos se a televisão vai dar ruído ou com a imagem desfocada", confessou Maria Arlinda Marques. Esta mulher de Vilela não tem dúvidas de que "a televisão ficou assim desde que as ventoinhas começaram a funcionar".



Ao contrário do lugar da Lagoa onde as pessoas parece estarem resignadas, em Vilela "já andou a circular um abaixo-assinado, mas, como conseguiram poucas assinaturas, não foi para a frente". Júlia Novais sempre gostou de saber mais e acompanhar as "novidades do mundo", mas agora nem o telejornal consegue acompanhar com atenção. "Gosto tanto de ver o telejornal, mas raramente consigo perceber o que eles lá dizem porque a minha televisão dá muito mal"; esta septuagenária não tem dúvida de que a responsabilidade está lá no cimo do monte. "Foi quando começaram a bulir as ventoinhas que isto deixou de funcionar. Até já fiquei com uma televisão sem arranjo porque queimou e nem sei se foi por estar sempre a tremer".

-Noticia retirada do Jornal de NOTICIAS


NOTICIA

Chernobyl continua a matar mas ecossistemas recuperam

Dezanove anos depois de Chernobyl, o maior estudo sobre o impacto do desastre nuclear revela que cerca de 4000 mil pessoas poderão morrer vítimas da radiação a que foram expostas. Ainda assim, existem evidências de que os ecossistemas nas chamadas "zonas de morte" estão a recuperar.
O maior estudo efectuado até à data sobre o impacto do desastre de Chernobyl nas populações e nos ecossistemas envolventes revela que os efeitos nocivos da nuvem radioactiva libertada em 1986 vão continuar a fazer-se sentir nas próximas décadas.Os investigadores, cientistas, peritos e especialistas em saúde pública que participaram no relatório das Nações Unidas "Chernobyl - The True Scale of the Accident" anunciaram que, pelo menos, 4 mil pessoas poderão morrer vítimas deste grave desastre nuclear.No dia 26 de Abril de 1986 deu-se uma explosão no reactor 4 da central Chernobyl, acabando por lançar para a atmosfera uma gigantesca nuvem radioactiva que se espalhou pela Europa e que contaminou cerca de 20 países (Portugal não foi afectado, mas registaram-se níveis mínimos de radioactividade nos Açores).Este acidente nuclear na Ucrânia libertou cerca de 300 vezes mais radiação do que a bomba de Hiroshima.Praticamente 20 anos depois, os efeitos da radiação libertada provocaram a morte de milhares de pessoas, na sua maioria vítimas de cancro da tiróide. Os cientistas envolvidos neste estudo crêem que, na grande parte dos países afectados, em especial na Ucrânia, Bielorrúsia e Rússia, a população deverá continuar a sofrer os efeitos resultantes da explosão nuclear de 1986.Os investigadores prevêem que 3940 pessoas venham a morrer vítimas de cancro, doença resultante da exposição à radiação nuclear que continua a atingir níveis preocupantes em várias zonas.
Apesar da fatalidade que representa ainda hoje o desastre de Chernobyl, há uma boa notícia. Segundo a "Nature", que cita especialistas ucranianos e norte-americanos, os ecossistemas que cobrem mais de 4000 quilómetros quadrados da zona afectada parecem estar a recuperar. E, apesar de os níveis de radiação não permitirem a presença humana por longos períodos, estas zonas estão «surpreendentemente saudáveis» .Jane Morris, especialista da Universidade da Califórnia, revelou àquela publicação que nas áreas interditas vivem lobos, peixes, ursos e outros animais que constam da lista negra de espécies ameaçadas da União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN). Ainda assim, os efeitos nefastos da radiação reflectem-se no meio-ambiente. Existem, por exemplo, «muitas mutações», adiantou Jane Morris. Porém, a Natureza encarregou-se de «rapidamente as eliminar».Os cientistas responsáveis pela divulgação deste importante estudo sobre o impacto de Chernobyl na população e meio-ambiente são unânimes em afirmar que os efeitos do desastre na saúde mental das populações são preocupantes. A sensação exagerada de perigo e a angústia provocada pelo acidente nuclear não têm diminuído.Os habitantes das zonas afectadas fazem sistematicamente uma avalição negativa da sua saúde e bem-estar. Também, a esperança de vida em toda a antiga ex-União Soviética decresceu.Sete milhões de pessoas foram directa ou indirectamente afectadas por Chernobyl.O estudo foi realizado por uma equipa de 100 cientistas, oito agências das Nações Unidas e pelos governos da Ucrânia, Bielorrúsia e Rússia.


Fig1.Central nuclear depois do desastre
Fig2.Crianças vitimas de desastre de chernobyl

Energia Nuclear




Energia Nuclear

A energia nuclear está no núcleo dos átomos, nas forças que mantém unidos os seus componentes – as partículas sub atómicas. É libertada sob a forma de calor e energia electromagnética pelas reacções nucleares, como as que ocorrem no sol, e nas reacções e explosões nucleares.
Estas reacções traduzem-se na aniquilação de massa e sua convicção em energia.


Central Nuclear


Uma Central Nuclear ou Usina Nuclear é uma instalação industrial empregada para produzir electricidade a partir de energia nuclear, que se caracteriza pelo uso de materiais radioactivos que através de uma reacção nuclear produzem calor. Este calor é empregado por um ciclo termodinâmico convencional para mover um alternador e produzir energia eléctrica.

Urânio


O urânio é um elemento químico de símbolo U e de massa atómica igual a 238 (92 protões e 146 neutrões). À temperatura ambiente, o urânio encontra-se no estado sólido. Foi o primeiro elemento onde se descobriu a propriedade de radioactividade. Foi descoberto em 1789. O Urânio é utilizado em indústria bélica (para bombas atómicas e para bombas de hidrogénio) e na construção de usinas nucleares com o objectivo de geração de energia eléctrica.

sábado, maio 12, 2007

Metamorfismo

Tipos de metamorfismo

Existem dois grandes tipos de metamorfismo de acordo com o ambiente tectónico em que se formam



Metamorfismo de contacto



O metamorfismo de contacto ocorre em rochas situadas perto de intrusões magmáticas e arredores.
Quando se dá a intrusão magmática, são emanadas temperaturas altíssimas que rondam os 1000º C. Conclui-se de imediato que neste tipo de metamorfismo o calor é o principal factor em questão.
Ao passar através das rochas, o calor vai actuar sobre os minerais constituintes das mesmas provocando fenómenos de recristalização. Automaticamente forma-se um anel de rochas metamórficas em torno desse mesmo maciço. A espessura desse anel depende das dimensões da intrusão, bem como da " disposição " da rocha em acusar vivamente qualquer influência externa.
Ainda há que referir o facto de que algumas substâncias voláteis poderão provocar uma ou mais alterações químicas na rocha original.
O grau de metamorfismo diminui ao mesmo tempo que nos afastamos da intrusão, até chegarmos às rochas inalteradas.


Metamorfismo regional



O metamorfismo regional revela-se em grandes extensões da crosta terrestre, onde existem séries complexas de xistos cristalinos. Tudo indica que a sua formação está relacionada com os grandes movimentos orogénicos, produzidos nos geossinclinais. Nestas regiões, uma sedimentação muito activa e o abaixamento progressivo da superfície terrestre fazem com que as rochas fiquem sujeitas a temperaturas muito elevadas. Devido a este aquecimento, a crosta, nos níveis superficiais, expande-se para cima, sofrendo portanto grandes pressões laterais da região envolvente. Estas pressões orientadas são um factor essencial no metamorfismo regional. Trata-se de uma pressão que varia com a direcção e que, por isso, se distingue da pressão vulgar.
Nos níveis mais profundos dos geossinclinais a elevação da temperatura será tão grande que as rochas deixarão de resistir às acções externas e passarão a oferecer as condições da chamada zona de fluência.
Tal como o metamorfismo de contacto, também este envolve deformações mecânicas e fenómenos de recristalização e encontra-se intimamente ligado à génese de cadeias montanhosas.
Inicialmente aparecem as deformações mecânicas, porém ao mesmo tempo que a profundidade aumenta começa a recristalização com a formação de novos minerais.
As diferentes zonas metamórficas são delimitadas por superfícies de igual metamorfismo chamadas isógradas, definidas pelos pontos onde ocorrem pela primeira vez determinados minerais indicadores. Podemos assim dizer que as isógradas delimitam diferentes zonas metamórficas.
Ao conjunto de rochas que derivam de um único tipo de rocha dá-se o nome de sequência metamórfica. Como exemplo temos o caso do xisto argiloso a partir do qual se pode formar uma sequência de rochas.

Curiosidade: Os gnaisses da França Setentrional fizeram parte de uma cadeia de montanhas que foi completamente erodida muito antes do começo da formação dos Alpes. Estas rochas aparecem durante o metamorfismo de vastas regiões.

BIBLIOGRAFIA: http://www.google.pt/ – As Rochas Metamórficas

terça-feira, maio 01, 2007

Rochas metamórficas

As rochas metamórficas são o produto da transformação de qualquer tipo de rocha levada a um ambiente onde as condições físicas (pressão, temperatura) são muito distintas daquelas onde a rocha se formou. Nestes ambientes, os minerais podem se tornar instáveis e reagir formando outros minerais, estáveis nas condições vigentes.
Como os minerais são estáveis em campos definidos de pressão e temperatura, a identificação de minerais das rochas metamórficas permite reconhecer as condições físicas em que ocorreu o metamorfismo.
O estudo das rochas metamórficas permite a identificação de grandes eventos geotectônicos ocorridos no passado, fundamentais para o entendimento da atual configuração dos continentes.
As cadeias de montanhas (p. ex. Andes, Alpes, Himalaias) são grandes enrugamentos da crosta terrestre, causados pelas colisões de placas tectónicas. As elevadas pressões e temperaturas existentes no interior das cadeias de montanhas são o principal mecanismo formador de rochas metamórficas.
O metamorfismo pode ocorrer também ao longo de planos de deslocamentos de grandes blocos de rocha (alta pressão) ou nas imediações de grandes volumes de magmas, devido à dissipação de calor (alta temperatura).

Gnaisse


Tipo = rochas de metamorfismo regional.Composição química = félsica.

Minerais essenciais = feldspato e mica.

Minerais acessórios = epídoto, hapatite, turmalina, magnetite, pirite e pirrotite.

Estrutura = gnaissica.

Grau metamórfico = médio a elevado.

Cor = branca, cinzenta clara a escura ou avermelhada.

Uso = Alguns gnaisses são usados na construção.

sexta-feira, abril 20, 2007

Falhas e Dobras


Falhas e Dobras(geológicas)

Uma Falha é uma superfície num volume de rocha onde se observa deslocamento relativo dos blocos paralelo à fractura


Dobras são estruturas cujas superfícies primárias de referência ficaram abauladas, curvadas ou alteradas sem perca de continuidade. Há vários tipos de dobras. Por exemplo, de acordo com a geometria podemos distinguir três variedades de dobras: anticlinais (dobras cujos lados ou flancos inclinam-se em sentidos divergentes), sinclinais (dobras cujos flancos inclinam-se em sentidos convergentes) e monoclinais (consistem numa flexão, em que as camadas mais ou menos horizontais, assumem, localmente, uma inclinação em determinada direcção).

Algumas dobras e falhas de Portugal:














fIG.1Falha normal em calcários do Jurássico inferior.Local: Pereiros, Coimbra.
















fIG.2Dobra em xistos anfibolíticos da sequência ofiolítica do Complexo de Morais.Local: Salsedas, Macedo de Cavaleiros.





fIG.3Falha normal (rejeito aproximado de 50 cm) em calcarenitos do Jurássico.Local: Praia da Mareta, Sagres, Algarve.

terça-feira, abril 10, 2007

Formação das ILHAS DO HAWAI


É notável a ligação entre a actividade vulcânica e as placas oceânicas e continentais, particularmente nos limites das placas. Deste modo, podemos falar em vulcanismo de subducção resultante do choque de placas oceânicas, originando, por exemplo, os arcos insulares activos, e do choque de uma placa oceânica com uma placa continental, originando a formação de cadeias montanhosas costeiras com actividade vulcânica (limites convergentes); vulcanismo no interior das placas oceânicas, o vulcanismo associado aos pontos quentes, o qual resulta da ascensão de plumas de material sobreaquecido nos níveis mais profundos do manto; vulcanismo de crista oceânica em expansão, originando a libertação do magma com formação de nova crusta oceânica (limites divergentes); no interior das placas continentais, a formação de riftes continentais precursores de cristas médio-oceânicas explica a existência de vulcanismo em locais afastados do limite das placas. Em princípio os interiores das placas são geologicamente calmos. Existem, contudo, algumas excepções. Por exemplo, uma observação a um mapa do oceano Pacífico revela muitas ilhas na placa pacífica, afastadas dos seus limites. Todas elas são ou foram vulcões, isto é, tiveram origem no vulcanismo do fundo do mar. As ilhas do Havai são um exemplo típico, formando um arquipélago alinhado. A datação de lavas da cadeia havaiana (e outras) mostrou que as suas idades aumentam à medida que nos afastamos do vulcão actualmente activo.




FIG1. Esquema mostrando uma secção (a) e um plano (b) de parte da placa pacífica, na região da cadeia havaiana. Observa-se o ponto quente estático dando origem a novas ilhas (Hawai-vulcanismo activo). As ilhas mais velhas, vulcanismo extinto (inactivo), foram arrastadas pela placa pacífica, na direcção Noroeste, sendo a mais velha a ilha de Kauai.










FIG2. Bloco diagrama mostrando o mecanismo de formação da cadeia havaiana, constituída por ilhas vulcânicas assentes na placa pacífica e longe dos limites desta.


A maior parte dos vulcões que surgem no interior das placas, serão criados por pontos de erupção, fontes fixas de material vulcânico (magma) que se erguem das profundezas do manto. À sua expressão actual, como no Havai, chamamos pontos quentes. A maior parte dos grandes vulcões activos no interior das placas apresenta um rasto de vulcões extintos cada vez mais velhos que assinala o percurso da placa litosférica sobre o ponto de erupção. Os pontos quentes parecem ter origem a grande profundidade, talvez até nos limites entre o núcleo e o manto; muitos deles estão activos há muito tempo. Os vulcões mais antigos originados pelo ponto havaiano têm idades próximas
dos 80 milhões de anos.





Vulcão das Furnas



Lagoa das Furnas












Caldeira, Furnas




Erupção do Cinzeiro, Ano do Cinzeiro ou simplemente Cinzeiro, é o nome porque ficou conhecida a grande erupção do Vulcão das Furnas iniciada a 3 de Setembro de 1630. Foi a maior das erupções registadas após a colonização dos Açores, do tipo pliniano, com grande explosividade, emitindo um gigantesco volume de pedra pomes e de material pomítico pulverizado para a atmosfera. A nuvem assim formada obscureceu o Sol por três dias e recobriu a ilha com uma camada de cinzas que nalgumas zonas distantes da erupção excedeu 1,5 m de espessura. A erupção atirou cinzas para a alta atmosfera que se depositaram na ilha das Flores, mais de 360 km para oeste. A camada de pedra pomes flutuante impedia a navegação nas proximidades da ilha. Causou algumas centenas de mortos. A erupção terminou a 2 de Novembro de 1630, isto é 61 dias depois do seu início.


VULCÕES NO MUNDO

A crosta terrestre é constantemente sujeita a actividades vulcânicas que, na maioria das vezes, por sua violência, acabam provocado danos à humanidade. Destacam-se entre os mais famosos vulcões conhecidos por sua actividade, o Vesúvio - Itália (ano 79 d.C), Krakatoa – Indonésia (1883), Monte Pelado - Martinica (1902), Santa Helena - USA (1980) e o Pinatubo, nas Filipinas (1991).O Pinatubo entrou em erupção depois de 611 anos de inactividade. Na ocasião, morreram 875 pessoas e 200 mil ficaram desabrigadas.


Vulcão Pinatubo – Filipinas

Vulcão Santa Helena – USA



Vulcão Mont Pelée – Martinica





Vista aérea do vulcão Versúvio



INFORMAÇAO RETIRADA DE: CPRM Serviço Geológico do Brasil

sexta-feira, abril 06, 2007

3º Periodo - Geologia

Rochas magmáticas


As rochas magmáticas formam-se quando o magma em fusão arrefece e solidifica. Se arrefece rapidamente, os minerais não têm tempo de se desenvolverem originando rochas extrusivas ou vulcânicas. Se, pelo contrário, o magma arrefece lentamente, permite a cristalização e crescimento de todos os minerais, formando-se rochas intrusivas ou plutónicas.


Rochas extrusivas
•Basalto
•Pedra-pomes
•Obsidiana
•Andesito
•Riólito



-Basalto




Tipo: rocha magmática extrusiva ou vulcânica.
Composição química: Máfico.
Composição mineralógica: Minerais essenciais - Plagioclase cálcica associada a piroxena, hornblenda e olivina Minerais acessórios - Magnetite, ilmenite, apatite, hematite, quartzo.
Cor: muito escura, variando entre o preto e o castanho; rocha melanocrata.
Textura: Rocha afanítica com cristais pouco desenvolvidos.
Variedades: Basalto com olivina.
Utilidade: Utilizada nos pavimentos; também utilizada, mas menos frequentemente, na construção de edifícios.

Rochas intrusivas
•Granito
•Gabro
•Diorito
•Sienito
Anortosito
•Granodiorito




-Granito



Tipo: rocha magmática intrusiva ou plutónica.
Composição química: Félsica.
Composição mineralógica: Minerais essenciais - Feldspato potássico (ortoclase), quartzo, plagioclase sódica associados a biotite, a biotite e moscovite ou, mais raramente, só a moscovite, e por vezes a hornblenda. Minerais acessórios- Magnetite, Ilmenite, apatite, pirite, zircão.
Cor: branca, cinzenta clara, rosa, amarelada, esverdeada quando alterado; rocha leucocrata. Textura: Rocha fanerítica com minerais bem desenvolvidos, normalmente equigranular. Variedades: Granito biotítico, granito moscovítico, granito de duas micas, granito hornblêndico e granito turmalínico.
Utilidade: É usado nas construções de edifícios, assim como, rocha polidora. É também um importante recurso de minerais valiosos, especialmente associados aos pegmatitos e aos gases libertados nos processos magmáticos

sexta-feira, março 16, 2007

Fósseis

Fósseis são restos ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres vivos em rochas, sedimentos, gelo ou âmbar. Preservam-se como moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registro fóssil. A palavra "fóssil" deriva do termo latino "fossilis" que significa "ser desenterrado". A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia. A fossilização raramente ocorre porque a matéria orgânica dos seres vivos tende a ser rapidamente decomposta. Logo, para que um organismo seja fossilizado, os restos devem ser rapidamente cobertos por sedimentos

Exemplos de alguns fósseis encontrados em Portugal:









FIG1-Fósseis de gastrópodes em siltitos cretácicos.Local: Cabo Mondego, Figueira da Foz.








FIG2-Pista de pegadas de dinossauros.Local: Pedreira do Galinha, Fátima.







FIG3-Fóssil de amonite em calcários margosos do Jurássico.Local: Cabo Mondego, Figueira da Foz.



FIG4-Trilobite Dalmanites socialis, Ordovícico.Local: Buçaco.

Antropobiólogo estuda fósseis humanos com microtelescópio espacial


O microscópio analisa ossos ao mais ínfimo pormenor

Um cientista francês de origem portuguesa, o antropobiólogo José Braga, está a estudar fósseis humanos com um microtelescópio espacial concebido para analisar ossos ao mais ínfimo pormenor.
A experiência, que está a ser realizada na Universidade Paul Sabatier, em Toulouse (sudoeste de França), constitui uma aplicação da ciência espacial ao estudo da evolução da espécie humana."Trata-se de um micro-scanner de alta resolução, que permite seccionar virtualmente uma peça anatómica com cortes de apenas 40 microns", disse à agência Lusa o investigador, que nasceu em França mas tem parte da família na região de Braga."A vantagem deste microtelescópio é que não somos obrigados a serrar os ossos para estudar o seu interior", acrescentou José Braga, que está a estudar dois crânios de australopitecos encontrados há meio século na África do Sul e cuja antiguidade ronda os dois milhões de anos.Graças ao microtelescópio, desenhado pela empresa Scanco e financiado pela Agência Espacial Europeia, pela União Europeia e pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais francês, é possível aceder ao interior dos fósseis sem os destruir.O primeiro dos dois crânios, pertencentes ao Museu Transvaal de Pretória, corresponde a um "Australopitecos africanos" e tem a dentição completa, com todos os 32 dentes.O segundo é um crânio de uma criança "Parantropus robustus".José Braga interessa-se em particular pela estrutura interna dos dentes — a que se encontra debaixo do esmalte —, onde procura informação genética original."O objectivo é reconstruir virtualmente por computador tecidos dentários que se encontram sob a coroa de esmalte, correspondentes à dentina e polpa dentária", referiu.·"Em síntese", explicou, "a imagem 3D obtida de um dente após o estudo é uma imagem da primeira etapa morfológica da sua formação, e portanto com características genéticas invariáveis", enquanto que outras partes do tecido ósseo sofrem alterações devido à actividade e à adaptação ao meio."Essa etapa inicial está sob a dependência de genes bem conhecidos e permite por isso estudar melhor as espécies fósseis antepassadas do homem e compreender melhor os seus laços de parentesco".Braga vai tentar identificar qual dos dois crânios que estuda tem uma morfologia mais próxima da do homem, esperando com isso contribuir para um melhor conhecimento da evolução da espécie humana

*Noticia retiada de Publico.pt

Armadilhas petroliferas

Armadilhas Petrolíferas


Nas rochas sedimentares que são portadoras, na sua porosidade, de hidrocarbonetos e água, ao sofrerem as modificações mecânicas ( p. exº, dobras, falhas e fracturas ) as partículas de hidrocarbonetos, sendo mais leves que a água, têm tendência a deslocarem-se para cima ou para os lados ( migração ) e a acumularem-se na parte superior da rocha.Os hidrocarbonetos, uma vez formados na rocha-mãe, normalmente, migram para as rochas porosas e permeáveis, do tipo grés (areias consolidadas) e calcários, chamadas rochas reservatórios quando enquadradas por rochas impermeáveis, do tipo sal-gema e argilitos (argilas consolidadas) que impedem a migração, designadas por rochas de cobertura. Este conjunto reservatório-cobertura é designado por armadilha e é, geralmente, ocupado pelos aquíferos no seio dos quais se encontram o petróleo e o gás. No caso dos hidrocarbonetos serem compostos por gás e petróleo, o gás, menos denso, encontra-se por cima do petróleo, mais denso.Os reservatórios são constituídos por rochas que apresentam vazios, poros e fissuras interligados e onde podem circular os hidrocarbonetos e a água. As suas características petrofisicas exprimem-se, fundamentalmente, em termos de porosidade e de permeabilidade, cujas relações são muitas vezes complexas. São o resultado de toda a história geológica daqueles sedimentos e em particular das condições de sedimentação e dos fenómenos de diagénese.As rochas reservatório dividem-se em duas grandes famílias, os reservatórios detríticos, na sua grande maioria siliciosos (areias e grés), e os reservatórios carbonatados, calcários e dolomias.Se as camadas sedimentares que cobrem a rocha reservatório, isto é, onde estão contidos os hidrocarbonetos, não forem impermeáveis (argilitos), os hidrocarbonetos ascendem à superfície da crusta terrestre oxida e dispersam-se. Porém, este caso é pouco frequente. O mais frequente é existirem, no subsolo, uma sobreposição de camadas porosas e permeáveis (grés ou arenitos, calcários e dolomias ) e de camadas impermeáveis ( argilas, argilitos e margas ). Sabendo que o movimento dos fluidos subterrâneos só é possível ao longo das camadas permeáveis, os hidrocarbonetos acumulam-se nas zonas "altas" das rochas porosas cobertas por rochas impermeáveis ( rochas de cobertura ). Neste caso, diz-se que estamos perante " armadilhas petrolíferas ".








Bloco-diagrama mostrando um tipo de armadilha estrutural.As rochas estão dobradas em anticlinal pelo efeito das forças de compressão horizontais. Os fluidos ficaram aprisionados na rocha reservatório.

CICLO DAS ROCHAS

CICLO DAS ROCHAS



As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta cheio de dinâmica (variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos tectónicos). Da mesma forma, as actividades de intemperismo (meteorização) causam constantes alterações sobre as rochas. As rochas ígneas* superficiais da Terra (A) sofrem constante intemperismo, e lentamente reduzem-se em fragmentos (B), incluindo tanto os detritos sólidos da rocha original como os novos minerais formados durante o intemperismo. Os agentes de transporte redistribuem o material fragmentado sobre a superfície, depositando-o como sedimentos, que se transformam em rochas sedimentares (C). Estas, por aumento de pressão e temperatura geram as rochas metamórficas (D). Aumentando a pressão e a temperatura até determinado ponto, ocorrerá fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de uma nova rocha ígnea (E), dando-se início a um novo ciclo.



*Rocha ígnea, magmática ou eruptiva é a que resultou da consolidação devida a resfriamento de magma derretido ou semiderretido.





domingo, fevereiro 25, 2007

Rochas Sedimentares

Rochas sedimentares


As rochas sedimentares são o produto de uma cadeia de processos que ocorrem na superfície do planeta e se iniciam pelo intemperismo das rochas expostas à atmosfera.
As rochas intemperisadas perdem sua coesão e passam a ser erodidas e transportadas por diferentes agentes (água, gelo, vento, gravidade), até sua sedimentação em depressões da crosta terrestre, denominadas bacias sedimentares. A transformação dos sedimentos inconsolidados (p. ex. areia) em rochas sedimentares (p. ex. arenito) é denominada diagênese, sendo causada por compactação e cristalização de materiais que cimentam os grãos dos sedimentos.
As rochas sedimentares fornecem importantes informações sobre as variações ambientais ao longo do tempo geológico. Os fósseis, que são vestígios de seres vivos antigos preservados nestas rochas, são a chave para a compreensão da origem e evolução da vida.
A importância econômica das rochas sedimentares está em suas reservas de petróleo, gás natural e carvão mineral, as principais fontes de energia do mundo moderno.
As rochas sedimentares formadas pela acumulação de fragmentos de minerais ou de rochas intemperizadas são denominadas rochas clásticas ou detríticas (p. ex. arenito). Existem também, rochas sedimentares formadas pela precipitação de sais a partir de soluções aquosas saturadas (p. ex. evaporito) ou pela actividade de organismos em ambientes marinhos (p. ex. calcário), sendo denominadas rochas não-clásticas ou químicas.

Açores-movimento de massa

O peculiar enquadramento geodinâmico dos Açores reflecte-se, naturalmente, na relevante actividade sísmica e vulcânica registada na região, normalmente geradora de fenómenos secundários, como os movimentos de vertente. A situação geográfica dos Açores é, por outro lado, propícia à ocorrência de períodos marcados por precipitações muito intensas, factor que tem estado, igualmente, na origem de importantes episódios de instabilidade geomorfológica.
Assim, as ilhas dos Açores estão sujeitas à ocorrência de movimentos de massa de origem e tipologias diversas, acentuados pelas características morfológicas e litológicas dos terrenos, da rede de drenagem e da ocupação do solo. Entre outros, sublinha-se a possibilidade de se gerarem fenómenos como a queda de rochas e deslizamentos de terrenos (movimentos de massa), podendo estes últimos incluir misturas indiferenciadas de água, materiais rochosos, fragmentos matriciais de natureza e dimensão variável e elementos do coberto vegetal.

GEOLOGIA


Costa da Caparica

Paredão vai ter pedras mais pesadas:


O INAG vai reforçar estrutura com material vindo de fora.
O instituto da água vai continuar as obras no paredão (fig.1) que ficou destruído na Costa da Caparica com pedra maior vinda do exterior por considerar que o material disponível no local não será suficiente para prevenir as marés vivas.
A necessidade de criar um entroncamento de maior dimensão terá sido a maré-cheia desta madrugada que destruiu quase por completo o trabalho que está ser feito desde terça-feira.
Para alem do bar destruído (fig.2) as mares ameaçam um parque de campismo que já foi evacuado devido ao perigo de ruptura.








Fig.1







Fig.2

Noticia do dia: 23/02/2007















































sábado, fevereiro 17, 2007

Chorao-das-praias

Chorão-das-praias





-Classificação científica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Caryophyllales
Família: Aizoaceae
Género: Carpobrotus
Espécie: C. edulis

-Nomenclatura binominal:

Carpobrotus edulis(L.) L. Bolus


Características:

Caméfito rastejante de caules que podem atingir vários metros. Folhas carnudas com secção triangular (triangulo equilátero) e ápice agudo; ângulo dorsal serrilhado. Flores com 5-9cm de diâmetro, amarelas ou purpurescentes; estames amarelos.


Origem geográfica:

Africa do Sul: zonas costeiras da área de clima Mediterrâneo.


Forma e motivos da introdução em Portugal:

Forma de introdução não encontrada.
Motivos: introdução para fins ornamentais.Cultivada com frequência para fixação de dunas e taludes.


Distribuição em Portugal Continental:

Minho, Douro Litoral, Beira Litoral, Estremadura, Baixo Alentejo, Algarve.


Impacto no ambiente:

O vigoroso crescimento vegetativo leva à formação de extensos tapetes contínuos, impenetráveis, que substituem a vegetação nativa e impedem o seu (re) estabelecimento. Promove a acidificação dos solos, facilitando o seu próprio desenvolvimento. Os frutos são comidos por pequenos mamíferos que dispersam as suas sementes.
Invadem preferencialmente as regiões dunares costeiras, cabos e áreas adjacentes a taludes onde foi plantado. Desenvolve-se tanto em zonas secas como húmidas.


Medidas de combate:

Para combater a sua invasão usam-se as seguintes metodologias de controlo:

• Controlo mecânico: os indivíduos podem ser arrancados manualmente, sendo fundamental que não fiquem fragmentos vegetativos, os quais envaizam facilmente originando novos focos de invasão. Depois de arrancados não devem ter qualquer contacto com o substrato, devendo ser-lhes cortada a raiz ou leva-los para um local onde não haja hipótese de regeneração. É mais fácil controlar enquanto jovens.

• Controlo químico: é por vezes utilizada a pulverização com glifosato apesar de não ser aconselhado para grandes extensões. Tendo em conta os possíveis efeitos adversos, nas outras espécies e no meio ambiente, a sua aplicação deve ser sempre muito bem ponderada.

É importante o controlo de seguimento para remoção de plântulas que germinem posteriormente. Sem controlo de seguimento as áreas podem ser rapidamente re-invadidas.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Thomas Henry Huxley

Thomas Henry Huxley
Thomas Henry Huxley (Ealing, Middlesex, 4 de Maio de 1825 — Eastbourne, Sussex, 29 de Junho de 1895) foi um biólogo britânico que ficou conhecido como "O Buldogue de Darwin" por ser o principal defensor público da teoria da Evolução de Charles Darwin e um dos principais cientistas ingleses do século XIX.
O Buldogue de Darwin

Como Darwin nunca foi um grande orador e preferiu morar no interior da Inglaterra, longe dos debates e repercussões da sua teoria, coube à Thomas Huxley o papel de principal defensor da Evolução. Orador perspicaz e feroz, além de um humor cínico, lhe valeu o apelido. Como disse ao estudante Henry Fairfield Osborn, "Você sabe que eu tenho que tomar conta dele - de fato, eu sempre tenho sido o buldogue de Darwin".
O mais importante debate sobre Evolução ocorreu em 30 de Junho de 1860, na Universidade de Oxford, entre T. H. Huxley e o seu principal opositor, o Bispo Samuel Wilberforce, acompanhado de seu acólito Richard Owen. Com o tema "Darwinismo e Sociedade", a Universidade precisou mover o evento de última hora para uma sala maior, graças a um público estimado entre 700 a 1.000 pessoas. Apesar de não ter sido transcrito no momento, as descrições foram de grande vitória para Huxley, no que considera-se um dos grandes debates científicos da História. No momento mais conhecido da discussão, Samuel Wilberforce teria perguntado se foi "através da sua avó ou do seu avô" que ele "alegava a descendência de um macaco". A resposta de Huxley foi clara e ovacionada pelo público: "Se a questão é se eu preferiria ter um macaco miserável como avô ou um homem altamente favorecido pela natureza que possui grande capacidade de influência mas mesmo assim emprega essa capacidade e influência para o mero propósito de introduzir o ridículo em uma discussão científica séria, eu não hesitaria afirmar a preferência pelo macaco".



Evolucionismo versus criacionismo na sala de aula

Evolucionismo versus criacionismo na sala de aula
Controvérsias
Não são poucos os casos nos quais as controvérsias entre evolucionismo e criacionismo fizeram penetrar suas discussões no âmbito escolar, em interferências ou decisões legais sobre aquilo que os professores poderiam ou não “ensinar” e aquilo que os alunos poderiam ou não “aprender” sobre o tema em questão.Um famoso episódio ocorreu em 1925, no Tennesse, EUA, onde o professor John Scopes foi condenado por ensinar a teoria da evolução. Desde 1920 havia se tornado ilegal o ensino dessa teoria nas escolas americanas. Em 1960, a história do professor Scopes foi contada no filme intitulado Inherit the Wind (no Brasil, traduzido por “Herdeiros do Vento”).Foi na década de 1960 que professores e cientistas americanos reviram o conteúdo de Biologia dos currículos escolares, reformulando-o com a elaboração de novos textos e livros que incluíam a evolução.Entretanto, as discussões judiciais ou extrajudiciais entre criacionistas e evolucionistas não cessaram, continuaram ainda mais frequentes da década de 1970 até os dias actuais. Lima (1993, p.26) cita o exemplo de um dos livros didácticos de Biologia mais vendidos nos Estados Unidos que tinha, em 1973, após a reformulação curricular, 18 mil palavras relacionadas com a teoria da evolução. Em 1981, esse número caiu para 13 mil por causa de pressões do órgão responsável pela selecção e distribuição dos livros didácticos nas escolas públicas americanas.Entre os anos de 1980 e 1990, o ensino das teorias evolucionista e criacionista passou muitas vezes por julgamentos nos tribunais americanos. Um recente episódio ocorreu em Agosto de 1999, no qual o Conselho de Educação do Estado de Kansas decidiu novamente pela retirada da teoria de Darwin do currículo escolar, com a ressalva de que ela poderá ser mencionada nas escolas que desejarem, mas por força de lei permanecerá fora das provas ou exames finais.A repercussão no Brasil foi rápida, em destaque nos principais jornais e revistas do cotidiano. O mesmo aconteceu em áreas da ciência e educação. O Jornal da Ciência, publicado pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), por exemplo, reproduziu as críticas que a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos fez ao Conselho de Educação de Kansas.Não conhecemos profundamente a realidade de Portugal. No Brasil, a influência criacionista no ensino mostra-se menor, mas não é desprezível e parece ganhar cada vez mais espaço, notadamente na disseminação de suas ideias por intermédio da media. Fato que pode indicar, no passar dos anos, aumento nos debates também em nosso país. Não esqueçamos ainda que determinadas igrejas com crenças criacionistas são manejadoras de escolas e editoras de livros didácticos, o que também ocorre com igrejas de crenças evolucionistas.O problema não está somente centrado nas controvérsias científico-religiosas do embate entre evolução ou criação dos seres vivos; mas, emanadas dessas controvérsias, o problema se expande em perspectivas de omissão ou favorecimento nas atitudes ou posturas de sala de aula, com possibilidades de criar sofrimentos, angústias ou constrangimentos, mesmo que não exteriorizados, nos indivíduos participantes do processo educacional. Do ponto de vista pedagógico, aceitamos a proposta de Vincenti (1994), na qual “nenhuma verdade pode ser aceita ou admitida, ela deve ser construída e reconhecida”. Para uma condução a acções morais efectivamente livres, a educação formal não pode trilhar por caminhos que aniquilam a vontade de escolha dos alunos. Age-se, muitas vezes, em toda essa polémica como se os estudantes não tivessem nenhum valor moral. Como assinala Puig (1998), a escola deve ter como objectivo o estímulo que possa levar os alunos “à compreensão de quais são realmente os seus valores, para se sentirem responsáveis e comprometidos com os mesmos”; evitando-se, portanto, todo e qualquer tipo de “doutrinação ou inculcação”.
Artigo - A página da Educação retirado do jornal “A Página”